Uma guerra, mil mentiras
Nas guerras antigas, mesmo com correspondentes de imprensa presentes, as notícias demoravam (para os padrões de hoje) a chegar aos nossos olhos ou ouvidos. Com os atuais meios de comunicação elas são quase instantâneas, e, são tantas as notícias, que nos perdemos nas informações. Notadamente com assuntos tão importantes para a maioria das pessoas, como a guerra de Israel. Neste ambiente de informação, reina a desinformação. Como tendemos a aceitar como verdadeiro o que é favorável à nossa opinião pessoal, a desinformação dos meios de comunicação é como semente plantada em terra fértil. Germina e produz. No caso, germina e nos conduz.
Na guerra da Israel, ambos os lados noticiam e fazem alarde de informações falsas. Erros pessoais viram ações atribuídas ao inimigo. O Hamas publicou fotos mostrando uma igreja da Faixa de Gaza sendo bombardeada pelos israelitas. Estes conseguiram comprovar que a foto era fake, destinado a irritar o mundo cristão. Santos? Longe disso. Nas fotos do bombardeio de um hospital, que teria matado centenas de pessoas, Israel tentou e não conseguiu, culpar um foguete que o próprio Hamas teria disparado errado. Como já bombardeou outros hospitais da área, deve ser verdadeiro. No ritmo desta guerra, fato já ultrapassado.
Notícias que chegam é de que o Hamas, nas centenas de quilômetros de túneis que cavou, teria, embaixo de hospitais e instalações da ONU, criado enormes espaços para abrigar material de guerra e seu pessoal combatente. Possível é. Verdadeiro? Na dúvida, então, como os combates serão nestes túneis, nos próximos dias, teremos notícias a favor e contra. Que julgaremos conforme nossa opinião pessoal. Estranho. Estamos criando uma guerra irreal na guerra real.