Jogo desgraçado
Os oito estados brasileiros com maiores Orçamentos em 2024 são: São Paulo, Rio Grande do Sul, em quarto lugar, e depois o Paraná com 68 bilhões de reais. O oitavo é Goiás com 42 bilhões de reais. Graças a cabeça pequena de técnicos e bolsos grandes de políticos, os jogos on line no Brasil, pagos com cartão de crédito, no período jun. 23 a jun. 24, consumiram R$ 68 bilhões de reais dos brasileiros. Agora, comparem com os Orçamentos Estaduais. Os valores com a jogatina fácil e desenfreada, via cartão de crédito, alcançou os patamares dos estados mais ricos do país, igualando a do Paraná e maior que a de Goiás. Correndo solto como está, corroeu (e vai piorar), os orçamentos domésticos, prejudicando pessoas e famílias de baixa renda, exatamente os mais desassistidos, e que mais necessitam proteção do governo.
Debalde as Igrejas tentaram e tentam bloquear o ímpeto do vício legalizado. Pelos levantamentos, que assustaram até os banqueiros brasileiros, estes jogos, viciantes, improdutivos e prejudicais as pessoas e famílias, representam 0,62% do PIB e 22% da massa salarial. 1,3 milhão de brasileiros estão inadimplentes por dívidas feitas para jogos on line. 1,3 milhão, sim. Vergonha nacional que já não tivessem sido tomadas medidas para proibir esta prática. Seguramente, muito dinheiro deve estar correndo por corredores públicos para amaciar consciências e endurecer contas bancárias no exterior ou em malas bem guardadas.
Na quinta-feira passada o presidente da FEBRABAN, dizendo o que parece impossível, defendeu a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas eletrônicas e esportivas, forma de evitar o comprometimento da renda dos correntistas e o aumento da inadimplência. O cartão é um produto fundamental e seu uso para apostas está afetando o consumo das famílias. Como era óbvio desde o início, as pessoas deixam de comprar alimentos e vestuários, para apostar, imaginando ficar ricas. Acabam o dia mais pobres. Já dizia meu pai, imitando o dito do meu avô: jogo só traz camisa para o dono do cassino.