Crítica errada é elogio
Criticar é o antônimo de elogiar. Criticar é analisar os defeitos de algo, emitir um julgamento desfavorável, pôr defeitos em algo ou alguém. Elogiar é louvar, exaltar as qualidades de algo ou alguém. Em Novo Hamburgo, dois secretários municipais, os de Educação e o da Cultura, conseguiram o feito notável de, ao criticar, exaltaram as qualidades de uma lei municipal, feita no calor das enchentes que criaram o estado de calamidade no município. Lei fruto das enchentes caóticas que, há poucos meses, destruíram casas e sonhos de milhares de habitantes locais com o rompimento do dique de proteção, da população residente em zonas baixas e alagadiças da cidade.
A lei, de origem do vereador Finck, agora eleito prefeito municipal, proíbe o uso de verbas públicas para eventos enquanto o município estiver em estado de calamidade. Aprovada na Câmara, a lei foi vetada pela prefeita. Retornando à Câmara, os vereadores derrubaram o veto por 10 votos a 3 e o dispositivo passou a ter vigência, proibindo o uso do dinheiro da população, dos pobres e dos ricos, em eventos durante este ano. Alguém, em algum lugar do país, tem dúvidas sobre a oportunidade e qualidade desta lei? A crítica dos secretários, alegando que a Feira do Livro e o Natal deste ano estão prejudicados, na prática é elogio.
A Feira do Livro pode ser feita nos pavilhões da FENAC: economia para o município, segurança para os usuários. A festa de Natal, quanto a iluminação, está garantida com os enfeites que são guardados de um ano para o outro. Quem quer música, ambiente natalino concentrado em um local, deve ir a próxima Dois Irmãos, onde o Natal sempre foi comemorado de forma mais bonita que em Novo Hamburgo. Crítica de dois, elogios de todos.