Bolsa Família: o mau uso

Qualquer país do mundo, naqueles poderosos, ricos e desenvolvidos, há uma norma seguida desde sempre: a pessoa trabalha, paga uma aposentadoria e, ao final de seus anos de serviço, se aposenta. Dando lugar a outra. O Brasil não é poderoso, nem rico nem tão desenvolvido, mas, por seus recursos naturais, área geográfica e grande população, poderia chegar lá. A exemplo da China, que, em poucas décadas, saiu do nosso patamar para ser a segunda maior potência do planeta, seguindo célere para ser a primeira. Aqui, todo dia surge uma notícia ruim, não dessas que costumam prejudicar uma família, mas daquelas que prejudicam a todos.

O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), com coragem e lucidez, enfrentando pessoas e autoridades às quais falta o bom senso, criou uma força tarefa destinada a bloquear o benefício do Bolsa Família de pessoas sem filhos. Cortou 400 cadastrados no ano passado. Definiu sua ação dizendo: “O que a gente quer é fazer com que todas as pessoas trabalhem. Eu acredito que o Bolsa Família, da maneira com que ele está sendo feito no Brasil, é prejudicial para todo o país. Todas as pessoas que podem ter uma oportunidade de trabalho, que tenham saúde, devem trabalhar. Não consigo admitir um homem saudável, com condições de trabalhar, que não tem esposa ou filhos e que esteja recebendo esse auxílio”.

É ocorrência de todo o Brasil: falta de mão de obra qualificada, pelo mau uso do Bolsa Família. Em Novo Hamburgo, uma empresa do setor elétrico emprega 5 venezuelanos. No Vale dos Vinhedos, um hotel deixou de fornecer jantar por falta de mão de obra. O número de profissões, com escassez de mão de obra qualificada, em 2024, foi o maior nível da série histórica. E nossos políticos?