Após derrota no Beira-Rio, Inter tenta se reerguer para enfrentar o Juventude pela Copa do Brasil
Inter de Alan Patrick não conseguiu se sobressair contra o Vasco, que ainda não havia pontuado fora de casa neste Brasileirão. Duda Fortes / Agencia RBS
Quando o futebol parou para o Inter devido à tragédia de maio, Eduardo Coudet deve ter imaginado que o seu retorno ao Beira-Rio seria diferente do que foi no domingo (7). Os 70 dias longe de casa não fizeram bem ao time e a saudade não foi o suficiente para que a torcida voltasse às arquibancadas sem ressentimentos. A derrota por 2 a 1 para o Vasco foi o cenário para que os colorados explodissem em viva-voz a sua insatisfação com o momento da equipe. Agora, o treinador tem poucas horas para remobilizar o elenco para enfrentar o Juventude pela Copa do Brasil, na quarta-feira (10).
Com a derrota, o Inter estacionou nos 19 pontos e está na 10ª colocação na tabela do Brasileirão, com duas partidas a menos que a maioria dos concorrentes. São 12 pontos de defasagem para o líder Flamengo.
A trilha sonora da noite colorada foi de vaias para jogadores e para Coudet. Entre os atletas, Hyoran, Wanderson, Renê e Robert Renan foram os que ouviram as maiores insatisfações das arquibancadas.
— Quando não ganha, isso acontece. Como blindar? Não tem maneira. Sabemos que quarta-feira não será o melhor clima para começar. Não é uma situação boa para ninguém, mas no futebol acontecem essas coisas — lamentou o comandante colorado.
Hyoran falou sobre o seu momento. Ele admitiu que tem jogado menos do que se esperava dele:
— Chateia. Ninguém gosta de ser vaiado. A gente busca não deixar isso nos afetar. Não fui contratado por esse futebol de agora.
Quando o Vasco marcou o seu segundo gol, aos 26 minutos do segundo tempo, alguns torcedores deixaram o Beira-Rio. A frustração foi compartilhada pelo técnico:
— Esperávamos os três pontos hoje (domingo), sinto que fomos protagonistas do jogo até a jogada de azar que tomamos o gol. O nervosismo apareceu. Foi decepcionante para todos voltar para cá (Beira-Rio) e não conseguir ganhar.
No período sem estádio, o Inter disputou cinco partidas como mandante em outras cidades. O imaginário de que a volta à casa melhoraria a situação esfarelou-se. As explicações dadas após tropeços recentes se repetiram.
Coudet voltou a falar do grande número de desfalques e do aspecto físico do elenco colorado.
— Tivemos 30 dias parados e agora voltamos jogando em menos de 72 horas. Fisicamente não tem como. É uma maneira de jogar, uma maneira de pensar. É um estilo de jogo que gosto e tento impor, mas hoje não se pode. Gostaria sim de marcar em cima e atropelar, mas hoje não tem como, o grupo não tem como — disse o treinador.
Para a partida contra o Juventude, no confronto de ida da terceira fase da Copa do Brasil, jogadores como Vitão, Thiago Maia e Valencia, ausentes no domingo, devem retornar à escalação.
Com a grande distância para o Flamengo, as chances de título no Brasileirão, prioridade do clube no início do ano, ficaram reduzidas. É provável que as copas sejam priorizadas. Além do Juventude no mata-mata nacional, o Inter enfrentará o Rosario Central no playoff da Sul-Americana.
— Estamos com a cabeça no próximo jogo. Vamos olhar quem pode iniciar e fazer um bom jogo. Até o gol, nós estávamos fazendo as coisas bem, com força ofensiva e fazendo as coisas melhor — avaliou Coudet.
GZH