Tristeza, comoção e desabafos marcam manifestação por agricultor morto no interior de Santa Maria.

Familiares e amigos do agricultor Waldemar Both, de 54 anos, morto na última terça-feira, 1º de julho, no interior de sua propriedade, localizada na Estrada do Radar, zona rural de Santa Maria, acesso ao município de Silveira Martins, promoveram uma manifestação neste sábado, dia 5, clamando por justiça.
Após divergência com soldados do Batalhão Ambiental, o agricultor foi alvejado com três tiros pelos militares que realizavam uma vistoria em virtude de uma denúncia de suposto crime ambiental.
Durante a abordagem, ocorreram divergências e, segundo registro policial, o agricultor teria investido contra os soldados da Brigada Militar Ambiental armado com uma machadinha, o que teria provocado a reação de dois policiais.
A manifestação, que teve início por volta das 10h deste sábado, com duração de uma hora e meia, reuniu cerca de cem pessoas em frente a sede do 2° Batalhão Ambiental, na Rua Antônio Gonçalves do Amaral, Bairro São José, região leste da cidade de Santa Maria, RS.
Durante a manifestação, vários agricultores realizaram pronunciamentos solicitando justiça e que uma investigação aponte o que realmente aconteceu.
O advogado Márcio Batista Obetine, contratado pela família do agricultor, afirma que já solicitou as imagens registrando desde a chegada dos militares e da abordagem, até o trágico desfecho. Ainda conforme o advogado, a imagem que circula nas redes sociais não mostra o que aconteceu.
A manifestação terminou com gritos por justiça, uma salva de palmas e oração.
Segundo o repórter Renato Oliveira, da Rádio Imembui FM, dois inquéritos estão em andamento em relação ao episódio que resultou em tragédia. Um inquérito policial militar (IPM) tramita no Batalhão Ambiental, que terá prazo de 40 dias, com mais 20 para conclusão, e outro na Polícia Civil, com previsão de término em 30 dias.
Em entrevista à Rádio Imembui FM, o comandante do 2º Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar de Santa Maria, coronel Rodrigo Gonçalves dos Santos, destaca que toda a dinâmica e circunstâncias precisam ser apuradas com muita clareza e verdade, mas que, de acordo com informações preliminares, houve uma revolta por parte do agricultor com a ação da Brigada Ambiental devido à lavratura da ocorrência, citando que a animosidade está clara em imagens captadas do próprio estabelecimento pelo filho do agricultor e que, inclusive, faz parte como prova e material a ser periciado e avaliado dentro dos inquéritos.
“O que a gente precisa agora é seguir passo a passo de como exatamente as coisas aconteceram, mas houve uma hostilidade, houve risco à equipe dos policiais militares, inclusive de vida. O cidadão estava de posse de uma arma branca (machado) e agora a gente precisa ter muita serenidade, tranquilidade, verdade e clareza dos fatos para apurar todas as circunstâncias como aconteceram, a dinâmica toda de como aconteceu", relata.
"A gente está tomando toda precaução de não tecer nenhum tipo de comentário ou qualquer relação de quem está certo, quem está errado,. Os fatos vão ser apurados nos devidos procedimentos investigativos, enfatizou o comandante do 2º Batalhão de Polícia Ambiental da Brigada Militar de Santa Maria, coronel Rodrigo Gonçalves dos Santos".
Silvio Brasil/Lupa Notícias com informações e colaboração do repórter Renato Oliveira, da Rádio Imembui FM
GSRN