Lençol térmico ou elétrico?

Desde que nasci, convivi com avós, tios e primos Lange, por parte de minha mãe, em Não Me Toque. E no município ao lado, Carazinho, com uma infinidade de primos Hartmann, por parte de meu pai. Tinha e tenho ótimas amizades e belas recordações daqueles tempos, como cada um de nós traz consigo bagagens iguais, de outras andanças, que às vezes esquecemos e outras vezes não valorizamos. Um tempo fui promotor de Justiça nas duas cidades. Delas, trouxe coisas palpáveis, que até hoje me fazem viver melhor.

Em Carazinho, o primo Alfredo Hartmann tinha e ainda se conserva ativa, uma quadra de tênis tamanho profissional, de saibro, rodeada de altas taquareiras e árvores nativas. Local de encontro, há mais de 60 anos, de tenistas. Por insistência do parente, aprendi a jogar tênis e desisti do futebol de salão. Santa escolha. Quando comecei a trabalhar lá, em meu primeiro inverno frio, típico da região, fiquei sabendo de uma fábrica local que produzia lençóis térmicos. Objeto desconhecido naquela época. Lençol térmico? O lençol na verdade era elétrico, mas, com os americanos torrando seus bandidos na cadeira elétrica, quem iria se arriscar a dormir em lençol elétrico?

Então, o nome era lençol térmico.  Dois panos de lençol, tamanho solteiro ou casal, costurados, tendo dentro fios com eletricidade que mantêm uma temperatura morna maravilhosa. O tempo passou, e com ele o medo. Hoje, tanto a Amazon quanto o Mercado Livre, oferecem a mercadoria com o nome de lençol térmico elétrico e, até hoje, ninguém foi eletrocutado. Coisa de velho, direis. Sem dúvidas. Assim como o fogão a lenha, a lareira, a meia grossa, o sobretudo, a feijoada ou a sopa de capeletti.  Inverno com coisas boas da vida. Para todos.