Duas manadas
Antes, uma homenagem ao recentemente falecido jornalista JR Guzzo, que foi, por anos, diretor da revista Veja, e elevou-a a padrões internacionais. A par de um cronista confiável, competente e perspicaz. Ágil no raciocínio. De convicções políticas centristas: Um ás. Tinha o raciocínio necessário para avaliar os momentos brasileiros sem deixar sua pena pender para qualquer dos dois bandos, que pugnam pelo poder no Brasil e no mundo. Equilibrado, vai fazer falta neste mar de jornalistas e cronistas dos órgãos da imprensa nacional. Por último, fundou a ótima Revista Oeste.
Uma manada, em zoologia ou pecuária, é um conjunto de animais da mesma espécie que estão juntos ou que vivem, alimentam-se ou deslocam-se juntos. Um promotor de Justiça de um dos muitos grupos que participo, aumentou seu significado com propriedade, lembrando de extremistas e agregando mais uma classe na manada: o ser humano. Classificado como um animal, mais especificamente um animal vertebrado, mamífero e pertencente à ordem dos primatas. E basta ver as manifestações diárias, quer nos órgãos de imprensa, lidos por ti, quer nas redes sociais, acessadas por ti, para confirmar.
Esquerdistas e direitistas fanáticos são um conjunto de animais racionais que estão juntos, vivem, alimentam-se e deslocam-se juntos. Para um fanático de direta, toda pessoa de esquerda é comunista e estúpida. Servo da Rússia. Para um fanático de esquerda, toda pessoa de direita é fascista e estúpida. Servo dos EUA. O fanático adere cega e excessivamente a uma ideia ou crença. Ao tempo que recusa o debate, agride e ofende. Nada constroem. E o Brasil tanto precisa do debate e da ideia. Sem Bolsonaro ou Lula, sem fanatismo. Brasileiros equidistantes, atentos a Brasília.