Notas e Apartes 1.624
Mobilização – As manifestações realizadas no último domingo, 7, pelos patriotas que defendem os valores da família, da liberdade e da verdadeira democracia reuniram centenas de milhares de pessoas em todo país. Não foram tão expressivas como na época em que Bolsonaro era presidente do Brasil, mesmo porque ele agora está impedido pelo STF de se manifestar.
Repercussão – As mobilizações repercutiram na mídia nacional e estrangeira. Faixas e cartazes em Inglês mostraram ao mundo que o Brasil vive um regime que atenta contra a Constituição e as leis com a instalação de um verdadeiro Tribunal de Exceção, que persegue seus oponentes e profere decisões políticas sem a observância do devido processo legal.
Público – A cada manifestação realizada há grandes divergências em relação ao número de participantes. Segundo o Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP, o público na Av. Paulista foi estimado entre 40 mil a 50,8 mil pessoas, às 16h05min. A título de comparação, o mesmo instituto disse que a Parada LGBT realizada em São Paulo em 3 de junho deste ano reuniu 70 mil participantes. Ainda em termos comparativos, no último jogo entre Flamengo e Grêmio. havia 69,4 mil torcedores no Maracanã. Quem viu as imagens do último domingo pode tirar as suas próprias conclusões.
Esquerda – Para medir forças, o pessoal que apoia o governo Lula também foi às ruas no domingo (7). O portal Poder360 contabilizou cerca de 4,3 mil pessoas presentes na manifestação realizada na Praça da República, em São Paulo. Já o Monitor do Debate Político, ligado à esquerda, com apoio de pesquisadores da USP, calculou 8,8 mil pessoas presentes. Mesmo considerando que o público na Av. Paulista tenha sido subestimado e o da Praça da República superestimado, o ato da direita teve pelo menos sete vezes mais pessoas. Até a Globo, porta-voz do governo federal, admitiu a superioridade das manifestações da direita. Políticos fizeram apelos para resgatar símbolos nacionais, mas a esquerda fracassou no domingo ao tentar incorporar o verde e amarelo em seus atos. O vermelho predominou.
Esplanada – O tradicional desfile cívico-militar realizado no dia 7 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi assistido por um número bastante reduzido de apoiadores do governo Lula. Um dos menores públicos dos últimos tempos. Embora todos tenham sido convidados oficialmente, nenhum ministro do STF se fez presente. Notório apoiador do governo, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, também não compareceu. Preferiu participar de um evento com artistas em Macapá. Quando um governo se torna tóxico, os políticos se afastam dele para não se comprometerem.
Incompetência – O maior exemplo da politização do STF é a farsa montada para simular o julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus por suposta tentativa de golpe de Estado. Lula foi julgado e condenado por corrupção em três instâncias. Segundo o ex-ministro Marco Aurélio de Mello, a Constituição não mudou desde então e por isso, ao não observar o devido processo legal, o Supremo é incompetente para julgar pessoas sem prerrogativa de foro. Se houver justiça neste país, um dia toda a farsa será desmascarada e o processo, anulado.
Divergência – Ao contrário dos votos de Moraes e Dino, ontem, o ministro Fux, na manhã desta quarta-feira, no julgamento que analisa a responsabilidade do ex-presidente Bolsonaro e aliados pela tentativa de golpe de Estado, em preliminar, divergiu ao dizer que “a Corte é absolutamente incompetente para o caso por inobservância da garantia do juiz natural, essencial para assegurar a imparcialidade e a independência dos magistrados”. Ainda segundo Fux, o próprio STF já anulou processos inteiros por questões de competência.
Hipocrisia – Bandeiras dos EUA e de Israel foram exibidas na Av. Paulista. O ministro Jaques Wagner e outras lideranças de esquerda criticaram o gesto. Mostram, mais uma vez, sua hipocrisia. Inúmeras vezes, o pessoal da esquerdalha já usou as bandeiras da Palestina e de ditaduras como Cuba e China em manifestações. Estudantes da Universidade de Brasília até queimaram bandeiras do Brasil, em abril de 2018. Já em junho de 2020, vândalos arrancaram e queimaram a bandeira nacional em frente ao Palácio do Iguaçu, em Curitiba. Esse pessoal agora vai às ruas para alardear que defende o patriotismo e a soberania nacionais.
PCC – As ligações do crime organizado com o governo Lula já foram veiculadas pela imprensa em várias oportunidades. Mais uma vez, os fatos comprovam isso. Alessandra Moja, apontada pelo Ministério Público como integrante da rede de apoio do PCC, foi presa na última segunda-feira, em São Paulo. Ela foi recebida pelo presidente Lula no palco de um evento oficial na Favela do Moinho, em junho deste ano. Moja é acusada de auxiliar no tráfico de drogas e armas na comunidade. Alessandra é irmã de Leonardo Moja, conhecido como “Leo do Moinho” e acusado de comandar o tráfico na região central.
Correios – De acordo com o balanço divulgado pela empresa estatal no último dia 2, os Correios tiveram um prejuízo de R$ 4,4 bilhões apenas nos 6 primeiros meses deste ano, muito superior ao déficit de todo ano de 2024, quando o rombo foi de R$ 2,6 bi. A ineficiência e a má administração da estatal fazem com que empresas privadas que atuam na entrega de encomendas ocupem cada vez mais o mercado antes dominado pelos Correios.
Queda – Encerrada no último domingo, em Esteio, a 48ª Expointer teve uma queda de 45,5% nas vendas em comparação à edição de 2024. As vendas totalizaram R$ 4,4 bilhões. O setor que liderou a baixa foi o de máquinas agrícolas, embora a feira tivesse um público recorde de quase um milhão de pessoas. O endividamento crescente do segmento agropecuário preocupa as lideranças do setor.
Revolta no Nepal – No comunismo não há liberdade e ele só sobrevive com repressão e censura. O governo marxista/comunista do Nepal bloqueou o acesso da população a 26 plataformas da Internet por críticas ao regime e por expor a corrupção no governo nepalês. Tendo jovens da chamada “Geração Z” à frente, a população foi às ruas esta semana para protestar na capital, Katmandu. O governo reagiu com as forças militares reprimindo os protestos com violência. O que aumentou ainda mais a revolta. A esposa do ex-primeiro-ministro nepalês Jhalanath Khanal morreu nessa terça-feira (9). Ela teve queimaduras graves quando manifestantes incendiaram sua residência. Manifestantes também morreram no confronto. Multidões ainda atearam fogo em vários edifícios oficiais, como o Parlamento, o Escritório da Presidência e a sede do Tribunal Supremo.
Topo – No Nepal, fica o Monte Everest, o ponto mais alto do mundo. Um lugar muito sugestivo para mostrar aos demais regimes comunistas, lá do alto, que tolher a liberdade de expressão pode gerar reações violentas contra os tiranos. No Brasil, podemos estar no mesmo caminho se o Executivo e o Judiciário prosseguirem na repressão e censura à população.
Donato Heinen