Eu sou gaúcho!

Uma música gaúcha termina assim: Rio Grande do Sul, dos prados que não têm fim. Por maior que tu sejas Rio Grande, caberás sempre dentro de mim.  A expressão do séc. XVIII, "gaúcho", significava sujeito gaudério, campeiro e aventureiro, de vida livre, despreocupada, amante de festas e da natureza. E também para designar os ladrões de gado que atuavam nos dois lados da fronteira inexistente, indo e vindo pelo Rio Grande, Argentina ou Uruguai. Cruza de índio, espanhol e português. Se vê que o termo percorreu um longo caminho até chegar à definição atual. Vivendo no campo ou na cidade. Ginete ou cola fina. Com cruzas mais recentes de negros, alemães e italianos. Católicos, evangélicos, judeus, maometanos ou ateus.

Nesta Semana Farroupilha que passou, os jornais, televisões e sites, se encheram de propagandas enaltecendo o Estado. Me parece que nenhuma delas foi melhor, quanto às inserções diárias, em página inteira, da empresa médica Doctor Clin, publicada nas páginas dos jornais do Grupo Sinos. Com primorosos desenhos e textos de Alan Machado e André Moraes. Retrataram bem nossa gente, nossos hábitos e nossos animais. Cada página, uma aula sobre gauchismo. Deveriam ir para as escolas, como texto para os alunos.

Uma mensagem ao governador Eduardo Leite que, pilchado, assistiu ao desfile Farroupilha: Governador! Conforme publicou a imprensa, o monumento em Porto Alegre, ao nosso herói Bento Gonçalves, está em estado crítico. Já que, graças a suas medidas de contenção de gastos, haverá recursos para aumentar as verbas a serem distribuídas pelos deputados estaduais, não daria para consignar também recursos para o Monumento à Bento Gonçalves? Gaúcho é como cavalo: não esquece a gentileza ou a afronta.