Com recibo ou sem recibo?

Contei, semana passada, que o SICREDI me dá mais segurança no meu cartão de crédito que o BANRISUL. Então, surgiu uma informação: alguns profissionais de uma área agora cobram em dinheiro vivo. Dinheiro vivo? Santo Deus! Em diferentes lugares, profissionais de uma área não aceitam mais pix ou cartão de crédito. Somente dinheiro. Fiquei a pensar: por que? Alguém descobriu que pix e cartão de crédito são inidôneos? Carregar dinheiro, coisa a que nos desacostumamos, agora é essencial para recebermos certos serviços? O governo federal criou novos controles sobre movimentações bancárias. Rapidamente, guardam os dados de nossas despesas e, ao mesmo tempo, controlam e registram as receitas das pessoas a quem pagamos. 

Para não pagar o Fisco, só escondendo o que recebeu. Se assustam com a possibilidade de ver seus ganhos anuais reais confrontados com os que declararam. Serão os que ganham até 5.000 reais por mês os preocupados? Não vou dar mais recibo, para não passar da nova quota de isenção. Ou os que têm boas casas e automóveis? Aí, para me pegarem, os fiscais terão de ir atrás de minhas riquezas. E dos bens que coloquei no nome de minha mulher e filhos, ou do dinheiro que escondo. Muito mais vantajoso que pagar IR.

Imaginemos a fruteira onde compramos frutas e verduras e que, para emitir a nota fiscal, diga que o sistema está fora do ar. Ou o supermercado que, ao chegarmos ao caixa, pergunta: com nota ou sem nota? E ao questionamento, responda: com nota é mais 12 por cento de ICMS. Parece ao leitor que, ambos os casos são semelhantes?  Causaria espanto aos clientes o não fornecimento da nota, e causa estranheza o não fornecimento do recibo. Invenção de brasileiros. Por alguma razão existente.