Prefeitura do Rio custeia enterros de criminosos mortos em megaoperação e provoca indignação

Criminosos camuflados durante megaoperação no Rio de Janeiro | Foto: Divulgação/X/@PCERJ
A Prefeitura do Rio de Janeiro, comandada por Eduardo Paes (PSD), autorizou o sepultamento gratuito dos integrantes do Comando Vermelho mortos durante a megaoperação policial realizada no último 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. O custeio do benefício foi feito pela administração municipal por meio de convênios com empresas de cemitérios e serviços funerários.
Um dia após a ação das forças de segurança, a Coordenadoria Geral de Controle de Cemitérios e Serviços Funerários do município comunicou oficialmente a liberação do benefício. Em e-mail enviado às empresas do setor, o órgão informou: “As gratuidades referentes aos serviços funerários e cemiteriais serão distribuídas entre as agências funerárias e cemitérios públicos e particulares responsáveis pela execução desses serviços no município do Rio de Janeiro.”
A concessão do enterro gratuito está prevista no Decreto Municipal nº 47.418, de maio de 2020, que estabelece regras para o acesso ao benefício por famílias em situação de vulnerabilidade. As concessionárias Rio Pax e Reviver, responsáveis pela administração dos cemitérios e serviços funerários públicos, executaram os sepultamentos.

Critérios sociais e questionamentos políticos
O benefício é voltado a famílias de baixa renda, que precisam comprovar insuficiência financeira para custear o enterro. No entanto, a agilidade da prefeitura na liberação para os familiares dos mortos na operação gerou críticas e questionamentos.
O deputado estadual Filippe Poubel (PL) afirmou que famílias pobres do Rio normalmente não conseguem o benefício com a mesma rapidez. “O cidadão honesto do nosso Rio de Janeiro, às vezes, não tem condição nenhuma de arcar com o serviço funeral”, disse o parlamentar em vídeo publicado nas redes sociais. Segundo ele, há casos em que famílias esperam até 30 dias para conseguir a gratuidade — como o de uma mulher que teria aguardado esse período para enterrar a mãe.
Em outro trecho do vídeo, Poubel atacou a gestão municipal: “É uma vergonha o que o Eduardo Paes, soldado de Lula, faz no Rio de Janeiro. É você, sou eu, a população do Rio, arcando com o serviço funeral desses marginais, narcoterroristas, narcotraficantes. Isso é um escárnio, é uma pouca vergonha.**”
A prefeitura, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre as críticas. O decreto em vigor, contudo, prevê que nenhuma família comprovadamente sem recursos pode ser privada do direito ao sepultamento digno — independentemente das circunstâncias da morte.
Folha Destra

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