A Guerra dos Farrapos e Neto
1835. Cenário, entre outros: belicosidade natural do tipo gaúcho, brasileiro, uruguaio ou argentino, homens de armas e das lides do campo. O descaso com a Província do Rio Grande pelos governantes imperais. As lutas de poucos anos antes de Bolívar e San Martin, que venceram os vice-reinados espanhóis, originando as repúblicas da América do Sul. Os chefes militares e políticos do Partido Farroupilha, tinham como objetivo transformar o Brasil em uma federação, proclamando a república. Na primeira eleição para uma Assembleia Legislativa gaúcha, início de 1835, fizeram a maioria dos deputados. Uma maioria governada pela minoria vinda da Corte Imperial. Os ânimos se acirraram rapidamente e os farroupilhas foram à luta, atacando Porto Alegre e amotinando quarteis do interior. Então, surgem as figuras épicas dos coronéis Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Souza Neto.
Promovidos a generais, o primeiro chefiou os farroupilhas durante a guerra e o segundo formou a primeira brigada de cavalaria do Exército Liberal Republicano. Em 11 de setembro de 1836, vencedor da batalha do Seival, Neto proclama a República Rio-grandense. Nessa época, criou-se a bandeira e mais tarde, após a vitória do Rio Pardo, o hino que acompanha os gaúchos até hoje. Foram quase dez anos de guerra. As vitórias farroupilhas foram maiores que as imperiais, mas, se em 1838, republicanos e imperiais tinham, cada bando, 6.000 homens em armas, em 1842 os imperiais somavam 12 mil contra 3.500 republicanos. E a República tinha em torno de 4 por cento da população do Império. Fadados a derrota, não o foram pela estratégia gaúcha. Finda a guerra, Antônio de Souza Neto libertou os escravos negros que lutaram consigo e mudou-se para o Uruguai.