Os farroupilhas e a enchente
Chega outro 20 de setembro, data máxima dos gaúchos espalhados por todo o país. Gaúchos que construíram a riqueza do agronegócio brasileiro, mercê de seu trabalho e força de vontade. Acostumados a terra. Filhos da terra. No passado, foram decisivos para construir o Brasil e suas fronteiras de hoje, por sua bravura e espírito guerreiro. Cada geração envolvida em suas guerras e revoluções. Das quais a mais importante foi nossa Guerra dos Farrapos, onde tiveram força, primeiro, para proclamar a República Rio-grandense. Depois, para retornar ao seio brasileiro ante a ameaça de inimigos externos. No presente, sem lideranças importantes ou grandes homens da política, por toda a parte aparece a prosperidade que plantaram em outros estados da nação.
Dos filhos do Rio Grande falou Garibaldi, o herói italiano e rio-grandense: “Eu vi corpos de tropas mais numerosas, batalhas mais disputadas, mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações”.
Destes homens valentes, cavaleiros brilhantes, combatentes pela causa sagrada das nações, necessitam agora os municípios de Muçum, Roca Sales e outros, banhados pelo Rio Taquari e afluentes, que perderam muitas vidas e viram suas casas e suas propriedades destruídas pela guerra das águas. Não podemos faltar ao chamado desta causa sagrada e vital para nossos irmãos. Alimentos já estão estocados, mas no dia a dia, fogões, colchões, roupas e artigos de higiene ainda faltam. Aquilo que sobra no nosso conforto é de que carecem nossos camaradas atacados pela natureza.