Duzentos anos construindo o Brasil
Calcula-se que um terço dos gaúchos tem sangue alemão. É uma população notável, trabalhando e produzindo no comércio, agricultura e indústria e longe da política. Duas cidades despontam: São Leopoldo, berço da colonização germânica, e Novo Hamburgo, com IDH maior e uma das dez cidades mais ricas do Estado. Desta forma, seria crível que as comemorações recentes do 25 de Julho fossem maiores na segunda que na primeira. Não fora a iniciativa privada e esforço de pessoas sem vínculo com a administração local, o dia 25 de julho teria passado desapercebido. A restauração do centenário Monumento ao Imigrante, construído na cidade, necessitando de reparos, que, assumidos pela prefeitura não seriam caros, ficou no papel.
Um novo monumento, obra de um dos maiores pintores brasileiros, natural e residente em Novo Hamburgo, Marciano Schmitz, ficou na maquete. Que agora está em exposição em Dois Irmãos. Se o empresário Agnelo Senger, dono do Grupo Herval, grande mecenas da cidade, resolvesse encampar sua construção, na cidade berço de suas empresas, seriam “favas contadas” sua realização. Ganhariam todos: os rio-grandenses, Dois Irmãos, descendentes dos imigrantes e o Grupo Herval.
Interessante notar: somos um terço dos gaúchos descendentes daqueles pioneiros, que vieram morar na mata habitada por bugres, para não passar fome na Alemanha. Aos quais somamos os mercenários do imperador Pedro I, que vieram lutar na Cisplatina contra argentinos e uruguaios, e porque aqui ficaram. Este número não se reflete no número de parlamentares na Assembleia do Estado ou no Congresso Nacional. Lindolfo Collor e suas leis trabalhistas refletem o que nós, brasileiros, perdemos com esta falta de representatividade.