Notas e Apartes 1.578

Escolhas – Na vida, todos somos responsáveis por nossas escolhas. E na política não é diferente. Já que tem gente que está colocando a questão sob este prisma, faço uma indagação. A quem você entregaria a chave da sua casa, de uma entidade, do seu escritório ou empresa: a um “milionário” ou a uma pessoa que tem dificuldades até para administrar as finanças pessoais? A escolha é sua.

Fumaça – Como é de conhecimento de todos, uma densa nuvem de fumaça é vista na nossa região há algumas semanas, vinda da Amazônia e do Pantanal, segundo ambientalistas. Considerando que a distância entre a região de Manaus e a nossa é de cerca de 2.800 km, o deslocamento foi muuuito lento. Levou cerca de 20 meses para chegar até aqui, já que a fumaça é oriunda de queimadas ocorridas no governo Bolsonaro...

Elon Musk – Ao comprar o antigo Twitter, atual X, o norte-americano constatou que a plataforma recebia ordens ilegais do ministro Alexandre de Moraes para bloquear perfis ligados à direita brasileira na rede social, sem que antes tivesse sido atendido o direito à ampla defesa. A partir disso, Elon Musk entrou no radar do ministro, que passou a perseguir o bilionário, tanto no STF como no TSE. A perseguição culminou, no sábado, 31, com o banimento do X no país por ordem de Moraes, além da aplicação de multas que chegam a R$ 18 milhões, tendo em vista que Musk se negou a indicar representante legal da plataforma no Brasil. Antes disso, o bilionário já havia fechado o escritório do X no país por ameaças de prisão contra seus funcionários.  

Ordem ilegal – O então ministro do STF Maurício Corrêa, em habeas corpus concedido em 1996, que formou jurisprudência e continua em vigor, decidiu que “ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. Mais: é dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito”.

Desobediência – Musk acabou pagando caro por não obedecer ordens inconstitucionais de um ministro do Supremo. Além disso, a decisão de Moraes de banir o Twitter/X acabou impedindo que mais de 21 MILHÕES de brasileiros tenham acesso à rede social. E, pior, quem acessar o X via VPN, será multado em R$ 50 mil. Uma penalização sem qualquer fundamento legal. Em outra decisão absurda e ilegal, o ministro determinou o bloqueio de recursos da Starlink, empresa onde Musk é sócio, para pagar multas aplicadas ao X.

Interferência – Elon Musk disse que Moraes é um “falso juiz” e o acusa de “interferência eleitoral” em 2022. Paralelamente, o americano criou um perfil no X para divulgar decisões sigilosas do STF. Maduro tem razão quando diz que as urnas da Venezuela são auditáveis. E as daqui?

Esquerdalha – O pessoal da esquerda vibrou com as arbitrariedades do ministro. Mas esquece que pau que hoje dá em Chico, amanhã pode dar em Francisco. Vou contar a história da Dona Lídia, uma colaboracionista bajuladora. Segundo relato do jornalista Paulo Polzonoff, ela vibrou com a decisão de Moraes. Então conferiu o seu celular e constatou que ainda tinha acesso ao X mesmo depois do banimento da rede. Lídia foi até a loja mais próxima da Claro. Depois de muito esperar, foi atendida. Reclamou que a operadora ainda não havia bloqueado o acesso, desobedecendo à ordem do ministro supremo. A atendente da Claro então teria sugerido à bajuladora que deletasse o aplicativo do celular. Simples assim. Dona Lídia deve estar orgulhosa por ter colaborado para que fosse dado mais um passo visando à implantação de uma ditadura no Brasil “para proteger a democracia”.

Ditado – Como diz aquele “velho deitado”, nada está tão ruim que não possa piorar. Dezenas de pedidos de impeachment contra o ministro Moraes foram protocolados no Senado. Mas nenhum prosperou devido à inércia do presidente Rodrigo Pacheco. Vamos imaginar o pior dos cenários. Suponhamos que Pacheco dê tramitação a um dos processos. Como a oposição tem minoria no Senado, dificilmente conseguiria aprovar o impedimento. Com isso, Moraes se sentiria ainda mais fortalecido e passaria a tomar decisões cada vez mais ditatoriais.

Prisão – Os absurdos vistos na Venezuela desde a eleição do dia 28 de julho não têm limites. Como se não bastasse a fraude escancarada que declarou Maduro vencedor do pleito, agora um tribunal, a mando do ditador, decretou a prisão de Edmundo Gonzáles, o presidente legitimamente eleito. A prisão ainda não ocorreu porque Gonzáles está escondido. O absurdo e a inversão de valores são tão escancarados que até Celso Amorim, assessor de Lula, disse que a medida é ilegal.

Expointer – Apesar do governo federal muito atrapalhar e pouco ajudar, o faturamento da Expointer deste ano foi maior do que em 2023. É a resiliência do povo gaúcho mostrando a sua força e capacidade de reação diante das adversidades. Paralelamente, a empresa John Deere, de Horizontina, demitiu 150 funcionários esta semana devido a queda expressiva na venda de equipamentos e máquinas agrícolas, estimada em 18% no país pela ABIMAQ.

                                                         Donato Heinen