Flatos e Flocos
FALTA TUDO EM FESTA DE CASAMENTO
(Correio do Povo de 23-4-2013)
Em Anta Gorda, um casamento inusitado. A noiva aguardou em vão o seu pretendente, que não apareceu mesmo após meia hora de tolerância solicitada ao juiz de paz. Com a ausência do noivo, o pai e os irmãos da nubente saíram à cata de um substituto. Encontraram um suplente num bar próximo, que se dispôs a ser o regra três, porém mais interessado nos comes e bebes – entre os dois, mais nos bebes, lógico.
Celebrado o matrimônio, dirigiram-se para o festim. Aí outra falta. Aliás, faltou tudo: garçons, copeiras, atendentes para a limpeza, inclusive dos banheiros, seguranças e até comida. Foi preciso recorrer a restaurantes e lanchonetes das imediações para reforçar o cardápio. Bem ou mal, no frigir dos ovos (também servidos, de galinhas e codornas, fritos ou cozidos), os convidados presentes comeram e beberam.
Mas e a noiva? O casamento será válido? A noiva pode se considerar casada ou ainda deve ser tida como solteira?
A nossa reportagem, comovida pela insólita situação, entrou em contato com o juiz da comarca para obter esses esclarecimentos. O magistrado, porém, se limitou a dizer, por telefone, que só poderá responder em caso de propositura de algum processo, sendo-lhe proibido antecipar o seu ponto de vista. Até lá, permanece a dúvida sobre a situação da noiva.
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COLORADOS RETOMAM O PODER NO PARAGUAI
(Correio do Povo de 22-4-2013)
A zica do Grêmio, na era Luxemburgo-Koff, não tem jeito de recuar. Sem conquistar nada em território nacional, nem mesmo o outrora “cafezinho” (apelido dado ao campeonato gaúcho pelo presidente gremista), agora ainda perdeu o Gre-Nal em solo paraguaio. Assim, depois de apeado o tricolor Fernando Lugo, os colorados voltam a assumir o governo paraguaio.
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PÃO E LINGUIÇA CONTRA O ABIGEATO
(Correio do Povo de 22-4-2013)
Para reagir ao furto de mais de 200 cabeças de gado na região, pecuaristas de Dilermando de Aguiar resolveram apostar num protesto diferente: passaram a oferecer pão e linguiça. A distribuição diária ocorria na sede da fazenda de Licurgo Terra Garcez, líder do movimento, e provocou a queda vertiginosa do abigeato, a ponto de reduzir a zero o número de desaparecimento de reses.
Na próxima segunda-feira deverá acontecer uma assembleia geral. Nela, os criadores debaterão e decidirão sobre o prosseguimento do protesto, de início bem-humorado, mas que agora se tornou cansativo e dispendioso. O coordenador pensa em abandonar o projeto.
– A cada dia aumenta o número de pessoas em busca da refeição que oferecemos. Já nos falta tempo para o abate de gado, o fabrico da linguiça, o custo do pão e ainda o tempo para distribuir o alimento. Estamos trabalhando para bem servir os abigeatários. Para nós, será mais fácil e barato que nos continuem roubando.
HÁ UM SÉCULO NO CORREIO DO POVO
Correio do Povo do dia 5 de abril de 1913, sábado, noticiava:
Collisão – Hontem, ás 3 horas da tarde, á rua Marechal Floriano, proximidades da praça 15 de Novembro, achava-se postado sobre os trilhos o carro de praça n. 39, da Cocheira Vitale. Subito, appareceu um bonde e o respectivo motorneiro parou ao approximar-se do carro. Como o cocheiro demorasse um pouco a tirar o vehiculo de sobre ostrilhos, o motorneiro avançou, levando o bonde de encontro ao carro, que recebeu diversas avarias. O cocheiro e osanimais que tiravam o vehiculo nada soffreram. A policia administrativa, compareceu ao local, e apurando a responsabilidade do motorneiro, prendeu-o e recolheu-o ao xadrez do 1º posto. O motorneiro, que se chama Pacífico Couto, de n. 55, será remettido, hoje, á polícia judiciaria. O bonde era o de numero 51, letra I. Devido á collisão, o horário dos bondes da Força e Luz soffreram regular atrazo. Ao local, foi grande a agglomeração de curiosos.
Offerta ao Jardim Zoologico
Rio, 3 – O dr. José Barbosa Gonçalves, ministro da Viação, offereceu ao Jardim Zoológico uma giboia de quinze palmos de cumprimento.
(A grafia da época está preservada no texto acima)