Anvisa aprova testes da terapia revolucionária contra câncer do Butantan e Hemocentro de Ribeirão Preto

A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou uma segunda etapa dos testes clínicos de uma terapia revolucionária contra o câncer, a CAR-T Cell, já mostrada aqui no Só Notícia Boa . O método foi desenvolvido pelo Hemocentro de Ribeirão Preto com o Instituto Butantan, de São Paulo.
O novo tratamento já atingiu resultados incríveis, com uma taxa de sucesso superior a 80% em pacientes que estavam sem opções. 9 pacientes tiveram remissão completa do câncer. O estudo clínico foi chamado de CARTHEDRALL e a intenção agora é levar uma solução para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A técnica CAR-T Cell reprograma a genética de linfócitos T, células de defesa do organismo. Assim, eles conseguem identificar e combater apenas as células cancerígenas, protegendo as saudáveis. Os próximos testes incluíram 81 pacientes em quatro grandes centros médicos de São Paulo. Veja como participar abaixo!
Versão brasileira do tratamento
A CAR-T Cell não é uma iniciativa brasileira, mas o alto custo de importação levou as instituições do país a desenvolverem versões nacionais.
Foi assim que começou o estudo, em 2023. A Universidade de São Paulo, por meio do Hemocentro de Ribeirão Preto, em parceria com o Instituto Butantan, iniciou os estudos.
Com os resultados positivos na primeira fase, a Anvisa liberou o caminho para que as instituições começassem o segundo momento
Sem efeito colateral
A primeira fase foi realizada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e teve resultados bem animados.
O professor da universidade coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) do Hemocentro, Diego Villa Clé, contou que a segurança da terapia foi confirmada.
“Demonstraram resposta às células CAR-T, e o procedimento foi seguro, sem nenhum efeito colateral grave”, disse em entrevista ao O Globo .
Agora, o grupo vai ampliar ainda mais a terapia para outros hospitais de São Paulo.
Custa 10% do valor da importação
Hoje os testes contam com o financiamento do Ministério da Saúde, maior interesse na pesquisa.
Isso porque, uma tecnologia desenvolvida no Brasil, chega a custar 10% do valor importado hoje, ou seja, aproximadamente R$ 200 mil.
“O nosso trabalho é fazer uma tecnologia totalmente nacional para que esse tratamento seja acessível a todos os pacientes atendidos pelo SUS”, explicou Rodrigo Calado, diretor-presidente do Hemocentro e professor de Hematologia da USP.
Como participar
O estudo do Hemocentro e Butantan busca pacientes com leucemia linfoide aguda de células B ou linfoma não Hodgkin de células B, que não surjam a tratamentos periódicos.
Os detalhes devem encaminhar as informações para o email do médico: terapia@hemocentro.fmrp.usp.br.
Como funciona?
A CART-T Cell é uma terapia revolucionária e surgiu como um farol de esperança.
O método consegue “treinar” as células do paciente para que elas só ataquem o câncer.
No geral, a terapia funciona como uma espécie de “autotransplante”.
Nos Estados Unidos, a CART-T Cell está aprovada desde 2017 e o país segue como um dos mais avançados no tratamento de cânceres hematológicos.
Na foto, um paciente antes e depois de ter sido submetido ao tratamento CAR-T Cell. – Foto: Arquivo pessoal
Vitor Guerras