Por Donato Heinen. Publicado em 28/01/2025 as 19:44:48
Grêmio x Arena Porto Alegrense: vem aí um novo conflito
Há uma pendenga que se arrasta por mais uma década. De um lado está o Grêmio, do outro, principalmente a gestora da Arena, a Arena Porto Alegrense, e a OAS, hoje Metha
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De um lado está o Grêmio, do outro, principalmente a gestora da Arena, a Arena Porto Alegrense, e a OAS, hoje Metha | Foto: Lucas Uebel/Gremio FBPA
Há uma pendenga que se arrasta por mais uma década. De um lado está o Grêmio, do outro, principalmente a gestora da Arena, a Arena Porto Alegrense, e a OAS, hoje Metha.
Koff colocou gasolina no fogo quando disse que "a Arena não é nossa". Depois, tentou, em vão, comprar a gestão do estádio. Quando estava tudo alinhavado, a construtora não assinava.
Romildo pensou em judicializar a questão.
Guerra imaginou que poderia resolver a questão da compra a gestão na base da conversa. Já viu, faz tempo, que isto não é possível.
A informação é de que a atual gestão prepara um novo embate. Um embate que, se tiver final positivo para o Grêmio, poderá ajudar até na reeleição de Guerra para presente.
Este blogueiro não sabe exatamente quando seria o embate. Depois de ouvir aqui e ali pessoas dos todos os lados, Grêmio, Arena Porto Alegrense e OAS, minha intuição diz que agora o assunto deverá ser judicializado. O caso é muito complexo. Vamos lá.
Em outubro de 2024, o Grêmio anunciou a compra de parte da dívida da gestora da Arena.
Adquiriu um terço da dívida de financiamento que a empresa que administra o estádio havia contraído.
Na época, Guerra declarou: "Esse movimento, conforme o Grêmio, fortalece a busca por soluções quanto à gestão do estádio."
O comunicado dizia que é "um passo relevante em defesa dos interesses do clube na gestão da Arena".
Com deságio, o Grêmio pagou cerca de R$ 20 milhões ao Banrisul por um terço da divida.
Na época, Odorico Roman, que chegou a concorrer para presidente, postou nas redes sociais que se o Grêmio tivesse comprado também os créditos dos outros dois bancos (Brasil e Santander) estaria com a faca e o queijo na mão, considerando que a garantia é a superfície.
Neste caso, executando a dívida, o Grêmio ficaria com a superfície, que nada mais é do que a gestão da Arena.
Agora, sendo credor só da parte do Banrisul, um dos caminho seria muito complicado e arriscado: executar a sua parte da dívida e forçar um leilão.
Os desdobramentos que isso pode acarretar seriam variados.
Executaria a Arena, que é a devedora desses créditos que o Grêmio e que os fundos abutres compraram.
Pelo outro lado, ouço que o fundo não é um fundo abutre, é um fundo poderoso, com muitos ativos. E que o Grêmio ficou com medo que eles (fundo) tivessem toda a dívida da OAS. E que o Grêmio comprou essa dívida pois foi pressionado pelo Banrisul, que estava estava disposto a vendê-la para o fundo.
Informações importantes
O Grêmio virou credor de uma dívida que já está em execução. Tramita em São Paulo o processo de execução desta dívida. As garantias que estão à disposição desta execução são o estádio (mas este só pode responder por 12% da dívida) e as ações da empresa Arena . Esta execução pode continuar, mas tem muito problemas:
1. O estádio vale R$ 700 milhões, mas assegura a apenas 10% da dívida de cerca de R$ 300 milhões! O saldo da arrematação não utilizado para pagamento da dívida deve ser devolvido ao devedor;
2. o Grêmio como credor, não pode ficar com o estádio;
3. As ações da Arena também penhoradas não devem encontrar arrematante, pois trata-se de empresa que tem como ativo apenas a gestão do estádio que acabará logo ali, em 2033.
4. O estádio não pode ser arrematado por preço vil. Tem que ser o valor da avaliação ou ao menos 60% disso.
Ouço ainda que o Grêmio vem tentando compensar esse crédito com dívidas que tem com a Arena.
E tem adotado postura beligerante.
Ou seja, segue a pendenga.
Hiltor Mombach - Correio do Povo
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