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Polícia Civil apura crime de importunação sexual de norte-americano contra filha de deputada gaúcha

A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar uma denúncia de importunação sexual em um bar localizado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. O episódio teria ocorrido no fim de semana e tem como principal suspeito um cidadão dos Estados Unidos.

A vítima foi identificada como Kamilly Eduarda da Silva Rodrigues, 19 anos. Filha da deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB), a jovem estava acompanhada de amigos e familiares, em uma comemoração de aniversário, quando relatou ter sofrido violência. 

Desde segunda-feira (22), a parlamentar tem se manifestado nas redes sociais e na Assembleia Legislativa sobre o tema. De acordo com Bruna, no final da festa, um homem vinculado ao consulado americano passou a atacar sua filha.

— Minha filha disse que ele já chegou numa abordagem direta. Vários amigos disseram: "deixa ela, é uma menina" e tal. O cara não ouviu, avançou. Num dos pequenos momentos em que a minha filha ficou sozinha, depois dele chegar, encostar, apertar, passar a mão, encurralou ela na parede. Ela pediu ajuda, e os amigos conseguiram tirar ela dessa situação — relatou a deputada durante a sessão da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos desta quarta. 

Bruna Rodrigues cumpria agenda no interior do Estado no fim de semana. Na segunda, ela acompanhou Kamilly até a 1ª Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre para o registro da denúncia.

A investigação é conduzida pela delegada Cristiane Ramos, que também é diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher. Segundo ela, no mesmo dia em que o boletim de ocorrência foi registrado, foram realizadas diligências para localização do suspeito, mas ele já havia deixado o Brasil.

— Já ouvimos parte das testemunhas e estamos trabalhando com outras diligências. Não posso externar mais informações sobre as ações em curso nesse momento sob pena de atrapalhar as investigações — disse a titular da 1ª Deam. 

Procurada pela equipe de reportagem, a assessoria de imprensa do Consulado-Geral dos Estados Unidos em Porto Alegre informou que tanto a embaixada quanto os consulados tratam todas as alegações de conduta inadequada com seriedade.

Por meio de nota, o órgão destacou que, "por política interna, não comentamos questões pessoais".

A pedido da assessoria, outros questionamentos foram encaminhados por e-mail, como quais as medidas estão sendo adotadas pelo consultado e se, de fato, o acusado possui algum vínculo. Na resposta, a instituição reforçou que não tem "nada a acrescentar além da nota já enviada".

Denúncias envolvendo norte-americanos

Esta é a segunda denúncia de violência sexual que vem a público, desde o início do ano, envolvendo cidadãos dos Estados Unidos em Porto Alegre. Em fevereiro, a 1ª Deam recebeu uma ocorrência em que a vítima relatou ter sofrido estupro no mês anterior. Ela e o suspeito haviam se conhecido num aplicativo de relacionamentos.

Questionada sobre a investigação, a delegada Cristiane Ramos destacou que não há qualquer conexão entre o episódio de janeiro e o do fim de semana passado.

— São situações completamente diferentes e sem qualquer vínculo. Apenas a coincidência da nacionalidade estrangeira dos acusados — afirmou.

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul oficiou, na terça-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores, a Superintendência Regional da Polícia Federal e o Consulado-Geral dos Estados Unidos em busca de providências.

Fonte: GZH