Hotel em Belém muda nome para ‘COP30’ e cobra diária 80 vezes maior

O iminente acontecimento da COP30 em Belém resultou em um significativo incremento nos preços de acomodação. Diversos hotéis da região ajustaram suas diárias a patamares inéditos.
O “Hotel Nota 10”, que em abril de 2023 oferecia quartos por R$ 70 a diária, passou por uma mudança de nome para “Hotel COP30”. Atualmente, exibe preços de R$ 5,6 mil por noite durante o evento, conforme visto em anúncios no Booking.
Portanto, para um hóspede, uma estadia de oito dias pode custar R$ 45 mil, um valor 81 vezes maior do que o praticado pouco mais de dois anos atrás.
O local, que se encontra na Travessa 1º de Março, no bairro Campina, está aproximadamente seis quilômetros distante do Centro de Convenções da Amazônia, onde ocorrem as principais reuniões da conferência.
O jornal O Globo foi informado pelo hotel que a mudança de nome ocorreu devido à venda e renovação do edifício, embora as datas não tenham sido especificadas. Foi também afirmado que os preços atualizados estão alinhados com as tendências do mercado durante grandes eventos.
“O valor é até muito abaixo da média do que está sendo cobrado”, afirmou a administração do hotel, ao jornal. “Por que nós, como responsáveis por um hotel de 17 quartos, não podemos alugar por uma diária de R$ 5 mil, e os grandes hotéis podem cobrar valores altos?”
Ameaça de mudança de sede da COP30
O Globo recebeu a informação do hotel de que ainda não houve confirmação de nenhuma reserva para o período da COP30, e todas as solicitações estão sendo analisadas. “Colocamos a oferta no Booking, mas ainda não aceitamos nenhuma das reservas porque estamos analisando tudo”, esclareceram eles.
O crescimento significativo das tarifas diárias gerou uma resposta internacional. Na terça-feira 29, a “Organização das Nações Unidas” organizou uma reunião de emergência para debater a condição da indústria hoteleira em Belém, após reclamações referentes aos preços elevados das hospedagens.
Na quinta-feira 31, André Corrêa do Lago, presidente da COP30, confirmou que representantes de vários países sugeriram a alteração do local do evento, devido à preocupação com os preços.
No entanto, na sexta-feira 1º, Corrêa do Lago descartou a opção de mover a COP30 para outra localidade. Ele enfatizou que, mesmo com os apelos, não existe um plano alternativo.
Resposta do setor hoteleiro
O presidente do sindicato dos hoteleiros em Belém, Eduardo Boullosa, respondeu às críticas do setor hoteleiro local. Ele afirmou ao Globo que foram estabelecidos acordos para “tarifas reduzidas” voltadas a delegações de países em desenvolvimento.
“Estão querendo tirar a todo custo a COP30 de Belém, o que não é a primeira vez”, disse Boullosa. “Estamos todos de mãos dadas com o mesmo objetivo. A presidência do evento quer acabar com o Brasil.” As informações são da Revista Oeste.
Contra Fatos

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