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Por Grande Santa Rosa Notícias. Publicado em 05/05/2024

O inferno das águas

Por Ivar Hartmann


O dia a dia muda conhecimentos arraigados nas nossas cabeças. Como as descobertas constantes das ciências. Ou os conceitos que nos acompanham desde a infância. Agora mesmo, temos que mudar um dos mais marcantes, que nos incutem desde as primeiras aulas de religião. De que um erro em nossa conduta, se não for reparado através do pedido de perdão a Deus, pode nos levar a padecer no inferno. Lugar tenebroso, de cavernas e chamas, onde sofreremos sob “choro e ranger de dentes”, em uma definição.

Pois estão aí as águas dos principais rios gaúchos e suas vertentes, para mostrar que o inferno também se apresenta sob o aspecto de águas tranquilas que, de repente, em poucos dias, torna a natureza pacífica de montanhas, matas, cidades e milhares de casas ribeirinhas, em um lugar de sofrimento e angústia de centenas de milhares de gaúchos, inferno de pobres, ricos e remediados. As cenas retratadas nas televisões, durante todas as horas, falam de mortos, feridos, perdas totais de patrimônios. Tantas vezes alcançado com o trabalho de uma vida. Quando as águas baixarem, serão feitas as contas destes dias de trevas. Elas serão enormes.

Uma cena me marcou sobremaneira: Em cima do telhado de uma casa, já parcialmente encoberta pelo rio, raivoso e barrento, duas pessoas apelam por socorro, só possível através dos ares e do helicóptero que se aproxima para salvá-las. Felizmente foram avistadas. Nós, as sentimos salvas.  Então o horror. As hélices enormes da aeronave desequilibram a precária sustentação da casa na correnteza. Que começa a ruir. Em segundos a tragédia se consuma. Corpos e casa afundam nas águas. Salvação e morte em um piscar de nossos olhos aterrorizados. 

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